sábado, 5 de março de 2022

Escritores Sem Fronteiras2: Apenas as penas

Escritores Sem Fronteiras2: Apenas as penas: Ao abrir os olhos ela percebeu que o dia seria de sol. Espreguiçou-se lentamente, juntou suas poucas coisas e saiu do esconderijo. Ao seu re...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Poesias e Versos por PaulaJ

Ou se o silêncio me dói
Não me conserto,
se calhar não quero,
nem quando vou a concertos,
nem com a idade isto passa,
arrepio-me com o mundo,
com as noites de escuridão,
com os ruídos da madrugada,
com as tuas palavras agudas
ou o teu olhar incisivo.
Nas noites de concertos,
a tremer de vento,
continuo desconcertada,
quero ficar na primeira fila,
demasiado perto do palco,
imersa pela invasão de sons,
a esquecer-me de quem sou
e de quem fui ou quem serei,
a esquecer-me de mim.
A vida desconcerta-me,
esta passagem do tempo,
mesmo quando vou a concertos,
continuo à deriva, meia perdida,
não sei voar quando está norteada,
não sei se são horas de dormir,
se o meu relógio se estragou,
se devo desligar a música
ou se o silêncio me doi.
                                                   Imagem João Madureira ll
Era já noite, ou então dia...
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi as tuas narrativas, em silêncio,
Não sei estar sem palavras nem ideias,
Nem sem as tuas mãos ásperas em mim
Ou sem os teus olhos no verde dos meus.
Finalmente perdemos toda a intimidade,
E mais do que da paixão, sinto saudades…

 Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi os teus passos pequenos na viela,
Não quero sonhar com os teus abraços,
Nem com bichos depenados, desalmados,
Ou sentir a comichão na cabeça a arder.
Finalmente já não somos o que fomos,
E agora as horas passam a esvoaçar…

 Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi a fatalidade das tuas mágoas banais,
Não posso parar para te limpar as lágrimas,
Nem o meu corpo deseja ficar, só partir,
Ou então esquecer tudo e fundir-me em ti.
Finalmente sei que nos desencontramos
E que esta tristeza não vai sair de mim…

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi o teu trator a atravessar a aldeia,
Não gosto do barulho nem da poeira,
Nem da velocidade a que te destróis
Ou deste jogo da vida sem sentido.
Finalmente sinto a loucura nos lábios,
E já não abafo amores na solidão…
                                                     Imagem João Madureira ll               
O Abismo da realidade
 Qualquer dia já nada mais existe de mim,
a não ser a imagem no ecrã do computador,
esta boneca que dança sem eu me mexer,
este ar esgazeado de viver noutro mundo,
esta estranheza de não ser como os outros,
este faz de conta que aguento quase tudo,
até o sofrimento dolorido do mundo inteiro,
mas nem sempre tenho força para acordar,
quando o coração já bate depressa demais
e os suores frios fazem corar a lua cheia,
não há forma de esconder a dor no peito,
as mil lágrimas que teimam em sujar-me,
porque os amores impossíveis são tristes,
vão matando aos poucos, devagarinho,
desgastando, torturando, desbastando,
arrastando para o abismo da realidade.
                                                    Imagem João Madureira ll             
A chamar por mim...
Deixa-me escutar os sussurros da tua alma
Não te reconheço, não te sinto, não sei de ti
Eu nada mais tenho do que o meu corpo
Quase abandonado à porta do vendaval
Explica-me o que é isso de ter uma alma
Ou porque é que eu deixei de ouvir a tua
Mesmo quando ela grita a chamar por mim
                          Imagem João Madureira ll
Ao som do piano e ...
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Escrevo um poema no metaverso como quem desenha,
Sonho acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Sonho que estás aqui e me sussurras aos ouvidos,
Se eu pudesse ter duas vidas e mandar no meu coração apaixonava-me por ti,
Mudávamos a paisagem para um pôr do sol atrás da figueira do quintal ,
Se eu pudesse voar tão alto como a minha imaginação estarias aqui,
A sussurrar-me aos ouvidos sem pudor canções de amor,
Se eu pudesse ouvir-te nas palavras que escreves sentia musica ao ler-te,
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Se eu pudesse decidir o que sentir hoje escolhia amar-te,
Mas não posso e por isso os nossos desencontros te magoam,
Os nossos desencontros me assustam,
E as ondas do mar fazem mais ruído do que as tuas canções,
As ondas do mar não me deixam ver o pianista,
E os nossos encontros continuam a ser aqui,
Mesmo que eu sonhe acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Os nosso encontros são apenas num mundo virtual que não existe sem ti,
Ao som do piano e com o mar ao longe...
                                                  Imagem João Madureira ll

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desconcertos e Concertos

Desconcertos e Concertos

Desconcertas-me.
Avarias-me o pensamento.
Confundes-me a vida,
E desordenas-me o tempo.
Ao mesmo tempo,
Concertas-me.
Compões-me a alma,
Ordenas o meu coração,
Arranjas o meu sentimento.
Impões-me um andamento,
que me concerta e desconcerta.

AT

Desconcertos
As unhas sujas
Saudades das gargalhadas
As unhas grandes
No meu corpo colorido
As unhas disformes
Dinossauros a pararem
As unhas que arranham
Se me olhas outra vez, bufo-te!

PaulaJ.

Concertos

Tenho saudades dos concertos de Verão
Porque a música me corria no sangue
Sem a turbulência desconcertante na saliva
Já com tantas dúvidas quantas as estrelas
Mas sem os óculos na descoberta dos céus

PaulaJ

Em Desconcerto

Agora
é o fio da guitarra
que me arrepia a alma.
Estranho
este vento que me dói
no ventre
e este som
que me leva o olhar.
Parecem saudades
do que não sou
do que nunca fui
do que não vivi
do que não vi.

Agora
é o guincho do violino
que me enleva
e me leva
numa memória esquecida
numa ideia desconhecida
que me entristece o coração.
BA

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Selo Literário 2013"


Selo 2013 Literário
Os criadores do selo são a Erica Bosi do Blog Leia Sempre e o José João, do Blog Poesias e Poemas.
 Zé Loureiro do Blog  Alma Mineira, indicou-me  para receber este selo.
Quem o recebe deve indicar no mínimo dois livros que gostou de ler em 2012 e listar no mínimo três livros que deseja ler em 2013. Vale lembrar que não há limite máximo de livros para serem indicados.
Também é preciso citar o nome e o link de quem recebeu o selo e oferecê-lo para mais dez pessoas, dando assim sequência ao projeto de incentivo à leitura.

Alguns dos livros que mais gostei em 2012:
Pelos  Caminhos De minha Vida (memórias)- A.J.Cronin
O Inverno Das Fadas- Carolina Munhoz  
Alguns dos livros que pretendo ler em 2013:
Cem anos de solidão-Gabriel Garcia Márquez
O afegão-Frederick Forsyth
A Maçã no Escuro- Clarice Lispector 
Por minha vez, ofereço este selo a:
 Roberto Lima
http://cronicasderobertolima.blogspot.com.br/
Carlos Borges
http://sitecurupira.blogspot.com.br/
Lucas Castelo
http://www.palavrasdelucidez.com/
Denise Almeida
http://denisepoetisa.blogspot.com.br/
Carlos Rimolo
http://carlosrimolo.blogspot.com.br/
Pedro Aniceto
http://caoepulgas.blogspot.com.br/
José María Parra Más
http://orangesandalwood.blogspot.com.br/
Fernando Paganatto
http://poesiaeescrita.blogspot.com.br/
Zé Loureiro com Quadras Soltas
http://josmontemarlou.blogspot.com.br/
Carlos Durão com o poeta Galego
http://carlosduraopoetagalego.blogspot.com.br/

Só tenho que agradecer a generosidade dos amigos para comigo.
Pudera eu indicar mais blogs pois tem muita gente que merece ser lida também.
Um beijo fraterno .
Att. GuereiraX, Paulaj e amigos da poesia.

Desconcertos... Por Ba

 Desconcerto
            I
Todas as palavras dolorosas
que amorteci por amor
jorraram na minha cabeça.

Todos os raios de olhar
que aparei melindrosamente
cravaram-se no meu coração.

Sinto-me pesada
de tanta mágoa despertada.
Sinto-me triste
porque sei o que sinto hoje.
Sinto-me perdida
porque não sei o que vou sentir, amanhã.
             
                 II
Que vontade de acordar cedo,
de começar o dia o quanto antes.
Mas nunca acordo a tempo.

Que vontade de ordenar
tudo quanto há no meu lar.
Mas é custoso fazê-lo a tempo.
Que vontade de te procurar
esquecer quem és
e te arrasar.
Mas ainda não é tempo
Mas ainda não é tempo?!

Que vontade de desistir
quando nenhuma porta se quer abrir.
Mas sem que nada eu compreenda
a luz apaga a escuridão
e tudo recomeça
em nova contradição.
               III
Cresço para a morte
e o tudo passa a nada.
Morro para a vida
e o tudo passa a nada.
Corro para o sonho
e o nada passa a tudo.
                IV
Dizem que amar é viver
e eu sei
mas não quero saber.

Dizem que o amor é dor
e eu sei
mas não quero saber.

Dizem que a paixão é ardor
e eu sei
mas não quero saber.
Não quero saber.
Não quero saber.
Não quero saber.
               V
Trata-se de um silêncio
que me ensurdece
por breves e longos instantes.

Trata-se de um discurso
que leio no teu olhar
que penso que leio no teu olhar
que imagino que leio no teu olhar.

Trata-se de ouvir
palavras não ditas
e de dizer, nada.

Trata-se de ter-te
nos meus pensamentos
numa longa onda de frequência
que não sintonizas.
Ou será que sim?

Trata-se de um futuro
que se inventa e se cumpre
a cada eterno instante.
             VI   
Ouvi teclas e cordas
numa noite com fim.
Segui as lâminas do teu passo
e fui dar àquele jardim.

Melodias soltas,
olhares cruzados,
lábios ardentes
e corpos molhados.

Que clave te norteia?
Que figura sou eu?
Semibreve poderia fazer sentido,
mas… não ia de encontro ao prometido.
Mínima? Semínima?
Será que sou apenas um silêncio?
Ou estarei a fazer figura de neuma?

Ainda há pouco estava clarividente
mas, agora,
sinto-me tão semifusa…
                 VII
Despeço-me de ti
Quando ainda mal te encontrei.
Desejos amarrados.
Palavras mudas.
Olhares gritantes.
Carícias contidas.
Mãos separadas.
Abraços perdidos.
Corações apertados.
Ainda mal te vi
e já me despedi.






domingo, 2 de setembro de 2012

Intimidade


Chama Acesa

Naquela chama acesa
eu ouvi a noite cair
Despida como uma princesa
eu passei a noite a sorrir.

O chão estava macio
o teto quase a luzir
e as duas velas acesas
diziam, podes vir!

E a lenha foi queimando
e o calor se estendendo
e o ar que nos cercava,
de tal raça nos enlaçava,
que uivos d’amor soltava
e risos loucos trazia
deixando aqui e ali
ausências de melancolia.

E porque a noite era nossa
e nada nos impedia,
acabámos na minha cama
onde a noite se fez dia.

BA

O Lugar Presente [I]

Pornografia em forma de mamilo I

Poderia dizer da nossa casa
a água,
mas a terra é onde plantamos
as paredes,
os sinais por nós reconhecidos
das árvores.

Eu vou ali,         e eu sei
que estás aqui,
e é o tempo de fumarmos um cigarro.

Pornografia em forma de mamilo II

Talvez
um destes dias possa ir ao dicionário ver o significado de
senso comum.

São duas palavras quando nós
devoramos  quatro
mamilos    os teus     os meus
a saliva.

AA

Intimidade

Ai esta tão sonhada intimidade...
Que de tantos a quererem
E são poucos a terem
Esta inquietante intimidade
Coisa misteriosa e não sentida
Mas por demais pretendida
Aquele tocar que vai além da alma
Dá um frio na barriga, só de pensar
O olhar que quando se encontra, arrepia
Que parece completar ao invadir
O beijo que incendeia
Um abraço acalma
E quando a intimidade se pronuncia
surge uma luz forte, que da mesma irradia
Ai ai intimidade...Que todos a querem
Eu também a queria
E de tanto querer eu até me esquecia
Só para voltar a sentir toda de novo noutro dia

Guerreira Xue


A Tua Voz
Ouço-te, ainda,
aqui.
Recordo a tua voz
macia
segredando-me palavras de
amor,
de carinho,
de conforto,
palavras de paz interior.
Ouço-te, ainda,
no teu desprendimento
que tanto me enche
de prazer.
Sinto o teu timbre
vibrar na minha pele
e apelar
a todos os meus sentidos.
Sinto, ainda,
a plena entrega
que te dou
e o vazio em que fico
quando partes.

BA

Íntimas Tardes

Sento-me na noite
e recordo íntimas tardes.
Foi desejo, foi prazer
foi tanto a acontecer.
Não havia mar tão profundo
como o nosso abraço no mundo.
Foi calor, foi amor
Foi a loucura ao nosso dispor.
Mas toda aquela magia
se anulou certo dia
dando lugar a um olhar
tão distante,
como um mar inquietante.

BA

Era Já Noite, Ou Então Dia, Não Sei

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi as tuas narrativas, em silêncio,
Não sei estar sem palavras nem ideias,
Nem sem as tuas mãos ásperas em mim
Ou sem os teus olhos no verde dos meus.
Finalmente perdemos toda a intimidade,
E mais do que da paixão, sinto saudades…

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi os teus passos pequenos na viela,
Não quero sonhar com os teus abraços,
Nem com bichos depenados, desalmados,
Ou sentir a comichão na cabeça a arder.
Finalmente já não somos o que fomos,
E agora as horas passam a esvoaçar…

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi a fatalidade das tuas mágoas banais,
Não posso parar para te limpar as lágrimas,
Nem o meu corpo deseja ficar, só partir,
Ou então esquecer tudo e fundir-me em ti.
Finalmente sei que nos desencontramos
E que esta tristeza não vai sair de mim…

Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi o teu trator a atravessar a aldeia,
Não gosto do barulho nem da poeira,
Nem da velocidade a que te destróis
Ou deste jogo da vida sem sentido.
Finalmente sinto a loucura nos lábios,
E já não abafo amores na solidão…
PaulaJ