quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Desconcertos e Concertos

Desconcertos e Concertos

Desconcertas-me.
Avarias-me o pensamento.
Confundes-me a vida,
E desordenas-me o tempo.
Ao mesmo tempo,
Concertas-me.
Compões-me a alma,
Ordenas o meu coração,
Arranjas o meu sentimento.
Impões-me um andamento,
que me concerta e desconcerta.

AT

Desconcertos
As unhas sujas
Saudades das gargalhadas
As unhas grandes
No meu corpo colorido
As unhas disformes
Dinossauros a pararem
As unhas que arranham
Se me olhas outra vez, bufo-te!

PaulaJ.

Concertos

Tenho saudades dos concertos de Verão
Porque a música me corria no sangue
Sem a turbulência desconcertante na saliva
Já com tantas dúvidas quantas as estrelas
Mas sem os óculos na descoberta dos céus

PaulaJ

Em Desconcerto

Agora
é o fio da guitarra
que me arrepia a alma.
Estranho
este vento que me dói
no ventre
e este som
que me leva o olhar.
Parecem saudades
do que não sou
do que nunca fui
do que não vivi
do que não vi.

Agora
é o guincho do violino
que me enleva
e me leva
numa memória esquecida
numa ideia desconhecida
que me entristece o coração.
BA

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Selo Literário 2013"


Selo 2013 Literário
Os criadores do selo são a Erica Bosi do Blog Leia Sempre e o José João, do Blog Poesias e Poemas.
 Zé Loureiro do Blog  Alma Mineira, indicou-me  para receber este selo.
Quem o recebe deve indicar no mínimo dois livros que gostou de ler em 2012 e listar no mínimo três livros que deseja ler em 2013. Vale lembrar que não há limite máximo de livros para serem indicados.
Também é preciso citar o nome e o link de quem recebeu o selo e oferecê-lo para mais dez pessoas, dando assim sequência ao projeto de incentivo à leitura.

Alguns dos livros que mais gostei em 2012:
Pelos  Caminhos De minha Vida (memórias)- A.J.Cronin
O Inverno Das Fadas- Carolina Munhoz  
Alguns dos livros que pretendo ler em 2013:
Cem anos de solidão-Gabriel Garcia Márquez
O afegão-Frederick Forsyth
A Maçã no Escuro- Clarice Lispector 
Por minha vez, ofereço este selo a:
 Roberto Lima
http://cronicasderobertolima.blogspot.com.br/
Carlos Borges
http://sitecurupira.blogspot.com.br/
Lucas Castelo
http://www.palavrasdelucidez.com/
Denise Almeida
http://denisepoetisa.blogspot.com.br/
Carlos Rimolo
http://carlosrimolo.blogspot.com.br/
Pedro Aniceto
http://caoepulgas.blogspot.com.br/
José María Parra Más
http://orangesandalwood.blogspot.com.br/
Fernando Paganatto
http://poesiaeescrita.blogspot.com.br/
Zé Loureiro com Quadras Soltas
http://josmontemarlou.blogspot.com.br/
Carlos Durão com o poeta Galego
http://carlosduraopoetagalego.blogspot.com.br/

Só tenho que agradecer a generosidade dos amigos para comigo.
Pudera eu indicar mais blogs pois tem muita gente que merece ser lida também.
Um beijo fraterno .
Att. GuereiraX, Paulaj e amigos da poesia.

Desconcertos... Por Ba

 Desconcerto
            I
Todas as palavras dolorosas
que amorteci por amor
jorraram na minha cabeça.

Todos os raios de olhar
que aparei melindrosamente
cravaram-se no meu coração.

Sinto-me pesada
de tanta mágoa despertada.
Sinto-me triste
porque sei o que sinto hoje.
Sinto-me perdida
porque não sei o que vou sentir, amanhã.
             
                 II
Que vontade de acordar cedo,
de começar o dia o quanto antes.
Mas nunca acordo a tempo.

Que vontade de ordenar
tudo quanto há no meu lar.
Mas é custoso fazê-lo a tempo.
Que vontade de te procurar
esquecer quem és
e te arrasar.
Mas ainda não é tempo
Mas ainda não é tempo?!

Que vontade de desistir
quando nenhuma porta se quer abrir.
Mas sem que nada eu compreenda
a luz apaga a escuridão
e tudo recomeça
em nova contradição.
               III
Cresço para a morte
e o tudo passa a nada.
Morro para a vida
e o tudo passa a nada.
Corro para o sonho
e o nada passa a tudo.
                IV
Dizem que amar é viver
e eu sei
mas não quero saber.

Dizem que o amor é dor
e eu sei
mas não quero saber.

Dizem que a paixão é ardor
e eu sei
mas não quero saber.
Não quero saber.
Não quero saber.
Não quero saber.
               V
Trata-se de um silêncio
que me ensurdece
por breves e longos instantes.

Trata-se de um discurso
que leio no teu olhar
que penso que leio no teu olhar
que imagino que leio no teu olhar.

Trata-se de ouvir
palavras não ditas
e de dizer, nada.

Trata-se de ter-te
nos meus pensamentos
numa longa onda de frequência
que não sintonizas.
Ou será que sim?

Trata-se de um futuro
que se inventa e se cumpre
a cada eterno instante.
             VI   
Ouvi teclas e cordas
numa noite com fim.
Segui as lâminas do teu passo
e fui dar àquele jardim.

Melodias soltas,
olhares cruzados,
lábios ardentes
e corpos molhados.

Que clave te norteia?
Que figura sou eu?
Semibreve poderia fazer sentido,
mas… não ia de encontro ao prometido.
Mínima? Semínima?
Será que sou apenas um silêncio?
Ou estarei a fazer figura de neuma?

Ainda há pouco estava clarividente
mas, agora,
sinto-me tão semifusa…
                 VII
Despeço-me de ti
Quando ainda mal te encontrei.
Desejos amarrados.
Palavras mudas.
Olhares gritantes.
Carícias contidas.
Mãos separadas.
Abraços perdidos.
Corações apertados.
Ainda mal te vi
e já me despedi.