Ou se o silêncio me dói
Não me conserto,
se calhar não quero,
nem quando vou a concertos,
nem com a idade isto passa,
arrepio-me com o mundo,
com as noites de escuridão,
com os ruídos da madrugada,
com as tuas palavras agudas
ou o teu olhar incisivo.
Nas noites de concertos,
a tremer de vento,
continuo desconcertada,
quero ficar na primeira fila,
demasiado perto do palco,
imersa pela invasão de sons,
a esquecer-me de quem sou
e de quem fui ou quem serei,
a esquecer-me de mim.
A vida desconcerta-me,
esta passagem do tempo,
mesmo quando vou a concertos,
continuo à deriva, meia perdida,
não sei voar quando está norteada,
não sei se são horas de dormir,
se o meu relógio se estragou,
se devo desligar a música
ou se o silêncio me doi.
Imagem João Madureira ll
Era já noite, ou então dia...
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi as tuas narrativas, em silêncio,
Não sei estar sem palavras nem ideias,
Nem sem as tuas mãos ásperas em mim
Ou sem os teus olhos no verde dos meus.
Finalmente perdemos toda a intimidade,
E mais do que da paixão, sinto saudades…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi os teus passos pequenos na viela,
Não quero sonhar com os teus abraços,
Nem com bichos depenados, desalmados,
Ou sentir a comichão na cabeça a arder.
Finalmente já não somos o que fomos,
E agora as horas passam a esvoaçar…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi a fatalidade das tuas mágoas banais,
Não posso parar para te limpar as lágrimas,
Nem o meu corpo deseja ficar, só partir,
Ou então esquecer tudo e fundir-me em ti.
Finalmente sei que nos desencontramos
E que esta tristeza não vai sair de mim…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi o teu trator a atravessar a aldeia,
Não gosto do barulho nem da poeira,
Nem da velocidade a que te destróis
Ou deste jogo da vida sem sentido.
Finalmente sinto a loucura nos lábios,
E já não abafo amores na solidão…
Imagem João Madureira ll
O Abismo da realidade
Qualquer dia já nada mais existe de mim,
a não ser a imagem no ecrã do computador,
esta boneca que dança sem eu me mexer,
este ar esgazeado de viver noutro mundo,
esta estranheza de não ser como os outros,
este faz de conta que aguento quase tudo,
até o sofrimento dolorido do mundo inteiro,
mas nem sempre tenho força para acordar,
quando o coração já bate depressa demais
e os suores frios fazem corar a lua cheia,
não há forma de esconder a dor no peito,
as mil lágrimas que teimam em sujar-me,
porque os amores impossíveis são tristes,
vão matando aos poucos, devagarinho,
desgastando, torturando, desbastando,
arrastando para o abismo da realidade.
Imagem João Madureira ll
A chamar por mim...
Deixa-me escutar os sussurros da tua alma
Não te reconheço, não te sinto, não sei de ti
Eu nada mais tenho do que o meu corpo
Quase abandonado à porta do vendaval
Explica-me o que é isso de ter uma alma
Ou porque é que eu deixei de ouvir a tua
Mesmo quando ela grita a chamar por mim
Imagem João Madureira ll
Ao som do piano e ...
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Escrevo um poema no metaverso como quem desenha,
Sonho acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Sonho que estás aqui e me sussurras aos ouvidos,
Se eu pudesse ter duas vidas e mandar no meu coração apaixonava-me por ti,
Mudávamos a paisagem para um pôr do sol atrás da figueira do quintal ,
Se eu pudesse voar tão alto como a minha imaginação estarias aqui,
A sussurrar-me aos ouvidos sem pudor canções de amor,
Se eu pudesse ouvir-te nas palavras que escreves sentia musica ao ler-te,
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Se eu pudesse decidir o que sentir hoje escolhia amar-te,
Mas não posso e por isso os nossos desencontros te magoam,
Os nossos desencontros me assustam,
E as ondas do mar fazem mais ruído do que as tuas canções,
As ondas do mar não me deixam ver o pianista,
E os nossos encontros continuam a ser aqui,
Mesmo que eu sonhe acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Os nosso encontros são apenas num mundo virtual que não existe sem ti,
Ao som do piano e com o mar ao longe...
Imagem João Madureira ll
Não me conserto,
se calhar não quero,
nem quando vou a concertos,
nem com a idade isto passa,
arrepio-me com o mundo,
com as noites de escuridão,
com os ruídos da madrugada,
com as tuas palavras agudas
ou o teu olhar incisivo.
Nas noites de concertos,
a tremer de vento,
continuo desconcertada,
quero ficar na primeira fila,
demasiado perto do palco,
imersa pela invasão de sons,
a esquecer-me de quem sou
e de quem fui ou quem serei,
a esquecer-me de mim.
A vida desconcerta-me,
esta passagem do tempo,
mesmo quando vou a concertos,
continuo à deriva, meia perdida,
não sei voar quando está norteada,
não sei se são horas de dormir,
se o meu relógio se estragou,
se devo desligar a música
ou se o silêncio me doi.
Imagem João Madureira ll
Era já noite, ou então dia...
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi as tuas narrativas, em silêncio,
Não sei estar sem palavras nem ideias,
Nem sem as tuas mãos ásperas em mim
Ou sem os teus olhos no verde dos meus.
Finalmente perdemos toda a intimidade,
E mais do que da paixão, sinto saudades…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi os teus passos pequenos na viela,
Não quero sonhar com os teus abraços,
Nem com bichos depenados, desalmados,
Ou sentir a comichão na cabeça a arder.
Finalmente já não somos o que fomos,
E agora as horas passam a esvoaçar…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi a fatalidade das tuas mágoas banais,
Não posso parar para te limpar as lágrimas,
Nem o meu corpo deseja ficar, só partir,
Ou então esquecer tudo e fundir-me em ti.
Finalmente sei que nos desencontramos
E que esta tristeza não vai sair de mim…
Era já noite, ou então dia, não sei,
Ouvi o teu trator a atravessar a aldeia,
Não gosto do barulho nem da poeira,
Nem da velocidade a que te destróis
Ou deste jogo da vida sem sentido.
Finalmente sinto a loucura nos lábios,
E já não abafo amores na solidão…
Imagem João Madureira ll
O Abismo da realidade
Qualquer dia já nada mais existe de mim,
a não ser a imagem no ecrã do computador,
esta boneca que dança sem eu me mexer,
este ar esgazeado de viver noutro mundo,
esta estranheza de não ser como os outros,
este faz de conta que aguento quase tudo,
até o sofrimento dolorido do mundo inteiro,
mas nem sempre tenho força para acordar,
quando o coração já bate depressa demais
e os suores frios fazem corar a lua cheia,
não há forma de esconder a dor no peito,
as mil lágrimas que teimam em sujar-me,
porque os amores impossíveis são tristes,
vão matando aos poucos, devagarinho,
desgastando, torturando, desbastando,
arrastando para o abismo da realidade.
Imagem João Madureira ll
A chamar por mim...
Deixa-me escutar os sussurros da tua alma
Não te reconheço, não te sinto, não sei de ti
Eu nada mais tenho do que o meu corpo
Quase abandonado à porta do vendaval
Explica-me o que é isso de ter uma alma
Ou porque é que eu deixei de ouvir a tua
Mesmo quando ela grita a chamar por mim
Imagem João Madureira ll
Ao som do piano e ...
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Escrevo um poema no metaverso como quem desenha,
Sonho acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Sonho que estás aqui e me sussurras aos ouvidos,
Se eu pudesse ter duas vidas e mandar no meu coração apaixonava-me por ti,
Mudávamos a paisagem para um pôr do sol atrás da figueira do quintal ,
Se eu pudesse voar tão alto como a minha imaginação estarias aqui,
A sussurrar-me aos ouvidos sem pudor canções de amor,
Se eu pudesse ouvir-te nas palavras que escreves sentia musica ao ler-te,
Ao som do piano e com o mar ao longe,
Se eu pudesse decidir o que sentir hoje escolhia amar-te,
Mas não posso e por isso os nossos desencontros te magoam,
Os nossos desencontros me assustam,
E as ondas do mar fazem mais ruído do que as tuas canções,
As ondas do mar não me deixam ver o pianista,
E os nossos encontros continuam a ser aqui,
Mesmo que eu sonhe acordada contigo e com o teu olhar no meu corpo,
Os nosso encontros são apenas num mundo virtual que não existe sem ti,
Ao som do piano e com o mar ao longe...
Imagem João Madureira ll
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