sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Encontros e Desencontros


Encontrei-te... por Paulaj

Encontrei-te nas palavras, quando ainda não podia adivinhar
Escondeste o nosso diário de memórias perdidas na solidão?
Encontrei-te nas imagens, quando os teus lábios brincavam
Onde estão as fotos em que continuavas um desconhecido?
Encontrei-te na rua, quando para mim ainda não podias ser tu
Em que dia foi? Em que ano? Como guardei o teu cheiro?
Encontrei-te na cidade, quando as tuas passadas paravam
Como consegui ficar estática? Como pude esperar por ti?
Encontrei-te no meu corpo, quando comandado pela paixão
Ainda me amas? Continuas a sonhar comigo? Não estás aí?
Encontrei-te nas montanhas, quando os teus olhos voavam
Podes vir comigo lá ao cimo, para a beira das nuvens?
Encontrei-te na saudade, quando soube que não ficavas
O que fizeste hoje? Onde estás? Porque não me telefonas?
Encontrei-te na tristeza, quando os pássaros ainda choravam
Porque continuamos desencontrados depois de tantos encontros? 




Desencontro... por Xue
Há dias que sou triste mesmo sorrindo
E voce nem sabe porque 
Há dias que a vida parece um rio 
Que esta sempre a correr 
Sinto o pulsar da impaciencia na alma
Mesmo que eu tenha obtido todas as respostas 
Ainda não formulei  todas as perguntas
Tem dias que as velhas feridas me doem
E cicratizadas na carne,ainda sangram no coração
Me refugio no som de velhas canções.
Melodias estas que me aquecem um sonho antigo
Alguma coisa que nunca houve,uma aspiração
E que provavelmente nunca acontecerá.
Há dias que sou triste mesmo sorrindo.


Acordei Sem Mim... por BA
Acordei sem mim
neste dia
em que a ausência do sol
marca presença.
Adormecida pelo acordar,
chamei o cinzento
e vesti‑me de nostalgia.
E chorei.
Constatei males no mundo
e sofri por todos.
Deambulei por escritas
plenas de desconstrução
e lamentei
o tempo de solidão
quase desconhecendo compensação.
Senti a dor da exaustão
numa maternidade sem instinto.
Perdi‑me
em memórias esgotadas
de alegrias e desesperos.
Suspirei
temendo um amor inconseguido.
E chorei.

Inconstância... Florbela Espanca
Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...

Sem ti... por BA
Sem ti
Roço os limites
Da perdição
Do desespero
Da desilusão.
Sem ti
Não permaneço em mim,
Abandono o sentido
E desrumo
Em todas as direcções.
Vem.
Vem serenar o meu espírito,
Vem inquietar o meu corpo.
Vem
E fica junto a mim
Que te amo muito.


Cor Em Desencontro... por AA
Rascunho de poema em desencontro

Não sei do meu sangue
onde.
A cor o pousou.

pro va vel mente ali,
que é o sítio mais próximo da telenovela da tar
de e,

talvez por i sso o sofá seja
azul,
uma relva es ten di da entre () as portas,
amanhã.

Desencontro... Chico Buarque e Toquinho
A sua lembrança me dói tanto
Eu canto pra ver
Se espanto esse mal
Mas só sei dizer
Um verso banal
Fala em você
Canta você
É sempre igual

Sobrou desse nosso desencontro
Um conto de amor
Sem ponto final
Retrato sem cor
Jogado aos meus pés
E saudades fúteis
Saudades frágeis
Meros papéis

Não sei se você ainda é a mesma
Ou se cortou os cabelos
Rasgou o que é meu
Se ainda tem saudades


Nenhum comentário:

Postar um comentário